Didáctic@ da Língua em Rede - Ensino Básico 1º Ciclo

segunda-feira, novembro 13, 2006

Isto

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falta ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso, escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!

Fernando Pessoa

Gostaria de saber a vossa opinião sobre poema.
Acham que é possível não se sentir com o coração, mas sim com a imaginação?
E quem é que sente, quem lê, quem escreve ou ambos?
Andreia Costa

3 Comments:

  • Se o grande Fernando Pessoa o diz, quem somos nós para o negar? Mas podemos ser alguém com outra opinião que não a dele. :) Andreia, penso que deve sentir quem lê e quem escreve. São, concerteza, 'sentires' diferentes, mas não deixam de ser sentimentos... agradáveis ou não...

    By Anonymous Anónimo, at 13/11/06 21:58  

  • Concordo com aquilo que Fernando Pessoa diz neste poema. É possivel sentir com o pensamento. Nunca vos aconteceu lerem um livro que vos envolvesse de tal forma e que tivesse um fim trágico, que conseguissem ficar tristes durante algumas horas? A mim já... Um dos livros em que me aconteceu isso, foi com um de Nicholas Sparks, "Um momento inesquecível". É um livro que aconselho, pelo que faz sentir, mas também pelo que ensina.

    By Anonymous Anónimo, at 14/11/06 20:58  

  • Sentir… é de facto de uma complexidade imensa. Não me interessa qual o mecanismo que o provoca. Interessa-me sim o que o desencadeia…
    Um livro, um poema, uma pessoa, um sorriso, uma palavra, um gesto, uma imagem… um momento!
    Os sentimentos intensos são fugazes, momentâneos… Principalmente, os melhores!
    Aliás, não seriam tão valorizados se de outra maneira fosse! Mas acredito que um sentimento se prolongue, não no tempo, mas no Outro, que se disponibiliza a sentir connosco.
    Neste sentido, escritor e leitor tornam-se, igualmente, produtores de sentimentos, unidos pelo texto – momento. Um imagina e o outro… Sente-O.

    Um sorriso,
    Inês Martins

    By Anonymous Anónimo, at 15/11/06 17:54  

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