Didáctic@ da Língua em Rede - Ensino Básico 1º Ciclo

sábado, novembro 04, 2006

Quando a escola se converte numa montra de marcas


Já sabemos que hoje as crianças não resistem às marcas: de roupa, de sapatilhas, de adereços, de material escolar. Ao entrar, um destes dias, numa das grandes superfícies, reparei que em grande destaque, estava reservada uma enorme área para a venda de material escolar: havia os livros dos "Morangos com Açúcar", o porta lápis da "Floribella", as canetas de não sei quem… Que confusão! As televisões enchem-se de "spots" publicitários que parecem centrados no campo da educação, quando, na verdade, nunca saíram do domínio do mercado.
Talvez este apego pelas aparências que caracteriza a contemporaneidade leve a um cultivo exagerado de produtos que estão na moda. No entanto, é obrigação da escola levar os alunos a ver mais fundo, quando certos pais não o fazem. Seria bom que professores e alunos reflectissem em conjunto sobre o significado de determinadas marcas. Que sinais elas nos dão daquilo que (não) somos? Porque as valorizamos tanto?
Se todos pensarmos bem nisso, talvez percebamos que, por vezes, aqueles que usam marcas apresentam vulnerabilidades que até podem ser invisíveis, mas que existem para lá daquilo que aparentam. A indústria do consumo agradece que se ignore esta parte oculta do mercado.
Fonte: Felisbela Lopes; Jornal "a Página" , ano 15, nº 160, Outubro 2006, p. 2.

Maria João Ferreira