Didáctic@ da Língua em Rede - Ensino Básico 1º Ciclo

sexta-feira, setembro 29, 2006

Termos gramaticais mudam progressivamente até 2009

A Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário (TLEBS), isto é, os novos termos gramaticais que, a partir de 2009, se generalizarão obrigatoriamente a todos os níveis de ensino, está a levantar alguma polémica. Há professores aflitos com a necessidade de reciclagem e alguns criticam a mudança em curso.T
ermos como anáfora ou catáfora entrarão no uso corrente das aulas de Português. Albina Lobo, professora da disciplina no 3.º Ciclo e Secundário, diz-se preocupada com a falta de capacidade de formação dos docentes por parte do Ministério da Educação (ME).
Inês Duarte, especialista envolvida na TLEBS, contrapõe com o facto de os termos em causa serem comuns na literatura da especialidade, sendo responsabilidade de quem ensina manter-se actualizado na respectiva áreado conhecimento.
A Associação de Professores de Português (APP) concorda com a homogeneização em curso e que se processará por fases a experiência será generalizada em 2006/07 ao 3.º, 4.º, 5.º e 7.º anos, terminando em 2009/10, com o 9.º ano.
Álvaro Gomes, pedagogo, prestou ao DN e a uma rádio declarações particulamente críticas relativamente à complexidade ou novidade dos termos da TLEBS. A nomenclatura oficialmente em vigor até 2004 datava de 1967, com inovações avulsas a partir de 1975 e de 1991. De acordo com a APP e com Inês Duarte, da TLEBS, é comum encontrar grandes disparidades nos termos gramaticais usados pelos professores de Português.
Paulo Feytor Pinto, presidente da APP, lembra que substantivo e nome são uma e a mesma coisa, tal como complemento de objecto directo e complemento directo. Artigo, determinante ou ainda determinante artigo configuram outro exemplo da variedade contida no ensino da Gramática.
Inês Duarte sublinha que deve haver bom senso na aplicação da TLEBS. "Não há vantagem em que um miúdo do primeiro ciclo saiba o que significa uma anáfora, mas o professor deve saber porque esse é o seu domínio de especialidade". Por outro lado, na substância tudo fica igual. "É claro que 'hecatombe' continua a ser um nome". Muda a forma e de designação, mas não a substância.

1 Comments:

  • Esta actualização e novidade terminológica parecem-me necessária, se implicar, de facto, uma uniformização dos termos na aprendizagem da gramática da Língua.
    Isto solicitará decerto, em primeira instância, uma reciclagem terminológica, para professores. Mas não é, exactamente, isto que se pede a um professor? Uma actualização constante dos seus conhecimentos?
    Não é por aqui que entendo qualquer inconveniente neste processo. Parece bem melhor que assim seja, do que proceder a mudanças pontuais constantes.
    Numa primeira análise, parece-me evidente a necessidade de acompanhar o progresso dos estudos gramaticais. A Língua não é estática, como sabemos, deste modo, parece-me plausível a necessidade de reorganizar uma referência gramatical capaz de dar resposta aos novos problemas que vão surgindo.
    Não lhe conheço as mudanças efectivas (o que vai, de facto, mudar e de que forma), mas a ideia, em geral, parece-me aceitável.
    Inês Martins

    By Anonymous Anónimo, at 30/9/06 16:43  

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